sexta-feira, 18 de maio de 2012

365 dias de saudade

     Um ano. Eu ainda não acredito que se passaram tantos dias e meses e... um ano! Cada manhã eu levanto e lembro que está tudo diferente. Muito tempo para a ausência, pouco tempo para acreditar que é uma ausência eterna. Um ano.
     Me aconselharam que eu não lembrasse daquele momento. Eu tive medo. Me disseram que ele não estaria como era. Ele estava frio e foi a última vez que eu o toquei. Eu não lembrava qual tinha sido a última vez que conversamos e isso é extremamente perturbante. Me dei conta que eu não o veria mais.
     Dois dias e um fim de semana depois, voltei a aula. O que eu menos queria era que meus colegas me olhassem com pena ou algo do gênero. Fui surpreendida, ao entrar na sala fui recebida com sorrisos tão aconchegantes quanto os abraços. Além disso, recebi uma folha com dizeres dos colegas, mensagens de apoio. 
     O resto do ano foi complicado, os dias se passaram mais lentamente do que habitualmente. Lembranças, muitas lembranças... Passei por muitos dias em que a dor marcava novamente com intensidade e atrapalhava até mesmo a concentração para estudar, mas passei de ano com ótimas notas. Foi necessário esforço ao cubo.
    Em todo o momento eu fui forte e permaneço a ser. Entretanto, todo dia é um novo dia com uma nova realidade. Somos obrigados a aceitar o fato, mas eu ainda não estou conformada. Ainda passa brevemente a ideia de que o telefone irá tocar outra vez com ele perguntando sobre o meu dia, me convidando para passar um domingo juntos ou apenas dar boa noite.
    A data está marcando fortemente meu pensamento. Rodam imagens na minha cabeça, assim como vemos nos filmes. Flashes de memória. Eu não fiz o que me recomendaram, eu lembro de absolutamente todos os momentos, inclusive os mais dolorosos e sombrios que uma mente poderia se lembrar. Lido friamente com isso.
    Ainda me considero uma garota de sorte, embora a vida me pregue várias peças. Toda dificuldade bem vivida fortalece. Não quero encher mais ninguém de melancolia, então não me prolongarei. Eu apenas não poderia deixar essa data passar sem me manifestar com palavras. Recomendo que sigam suas metas e objetivos e, caso não tenham ainda, tracem. Tudo fica mais fácil de lidar... Saudade.









segunda-feira, 14 de maio de 2012

Seria, então, pura utopia?

Existem pessoas boas. Parece injusto pessoas boas sofrerem, mas pode ser o sofrimento o que as tornam boas. Ou apenas melhora elas...
Alguns nascem para a bondade, é quase como um dom. Algo que não é preciso fazer esforço, é de natureza. Sabemos quem é e quem tenta ser.
Incrível que pessoas boas, mesmo quando estão na "lama", no "buraco", nas piores condições (seja física ou psicológica), compreendem a situação. Talvez isso que faça elas mais fortes do que os outros. Se alguém pisar nela, ela diz "eu mereci". Se ela chora, fica triste, ela diz "eu precisei disso".
Pessoa boa tem um olhar positivo, ela olha para o lado bom das coisas. É compreensível. E sensível.
Os bons não são perfeitos. Aliás, não existe uma perfeição se cada um enxerga o mundo de uma forma. Justamente por isso consideramos "perfeito" quem mais nos encanta e ninguém (ninguém!) pode nos contradizer.
Muito fácil reconhecer essas pessoas. Expressão facial bondosa. Olhar tranquilo que acaricia a distância.
Geralmente ela atrai os opostos. Tenta melhorá-los e eles se tornam mais atrativos. Sabem que a maioria pensa diferente delas, mas elas querem se relacionar bem apesar das diferenças.
Pessoas boas reconhecem com mais facilidade a personalidade de quem está ao redor. São observadores. Conseguem tranquilamente escrever descrições. E gostam de escrever...
Também gostam de agradar, nada forçado. Apenas desejam o bem de quem as fazem sorrir, por mais que esses não retribuam igualitariamente. Os bons são bons. Eles cometem erros. Não erram menos, talvez até mais. Apenas aprendem mais. E não tem intenção de prejudicar.
Poderíamos nos referir a pessoas de forma tão definida como "Pessoas Boas"? Seria isso um rótulo? Será apenas utopia de uma mente tranquila?
Os bons, existem?

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Abre a janela. Olha para fora e pensa. Tchau...