quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Só Saudade

Ouvi falar que hoje é o Dia da Saudade
E eu não sei se é verdade
Saudade não tem dia
É como aquela velha tia
Aparece sem avisar
Fica o tempo que quiser
E eu não tenho escolha.

Ganhei uma irmã chamada Saudade
Ou então ainda é só uma amiga
E eu sempre escrevo sobre ela
Deve achar-se espetacular
Mas às vezes eu choro por ela
Não exatamente assim
Eu só sinto saudade.

Acostumei a andar de mãos dadas
Com um namorado
Chamado Saudade
Que gosta de mim
Às vezes escrevo poemas
Ou só alguns versos
Porque sinto saudade.

E não chegou o fim
De falar na saudade
Porque ela é assim
Decide quanto tempo vai ficar
Já que gostou de mim
Não vai me abandonar.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Memorável com M de Marcelo

    Vasculhando caixas antigas na minha casa, encontramos grandes relíquias. Mal sabia eu que aquelas caixas empoeiradas e escondidas guardavam tantas histórias dos meus pais. Essa semana tenho pensado com frequência no meu pai, falecido, além do normal. Cartas de pessoas importantes, amigos, de amor, estado e até país diferente.
     Entre tantos documentos, encontramos uma folha escrita à mão pelo meu pai, contando sua história, antes de eu ter nascido, na qual achei muito interessante e irei compartilhar.

     "Meu nome é Marcelo Zirbes Tôrres e nasci dia 29 de agosto de 1961 no Hospital da Beneficência Portuguesa em Porto Alegre. Durante meus dois primeiros anos de vida morei em São Domingos, segundo o que dizem meus pais e pelas fotografias no álbum de família. Após esta primeira fase, minha família mudou-se para Gravataí, a este tempo nasceria minha primeira irmã.
    Pode parecer pretensão, mas aos quatro anos de idade, lembro-me do primeiro dia de aula no jardim de infância, assim como tenho muitas e boas recordações da infância, a qual passei em grande parte morando em Gravataí.
    Aos doze anos de idade vim para Porto Alegre onde iria concluir meus estudos de primeiro e segundo grau no Colégio Anchieta. Neste período eu morei com meus avós maternos e visitava minha família, que já contava com mais uma irmã e um irmão, apenas nos fins-de-semana.
    No verão de 1981 passei no vestibular da UFRGS para a faculdade de jornalismo e nesta mesma época comecei a trabalhar com mais dois amigos numa casa de sucos e sanduíches naturais em Capão da Canoa. O sucesso do negócio foi tanto que resolvemos continuar o empreendimento aqui em Porto Alegre. Contudo, ainda no primeiro semestre de 1981 fui aprovado em testes para ir trabalhar como produtor na Televisão Educativa e, por isso, afastei-me da livre iniciativa gastronômica.
    Trabalhei na TV Educativa até outubro de 1983, depois, em 1984, fui trabalhar na TV Barriga Verde em Florianópolis, também neste ano de 84, atuei na L&PM Editores e Adubos Trevo, sempre como produtor de vídeo; em 1985 trabalhei na RBS TV na mesma função e também como repórter e redator de jornais de Gravataí; em 1986 fui repórter-redator de jornais da coluna de Paulo Raimundo Gasparotto no jornal Zero Hora e continuava atuando na imprensa gravataiense, no final deste ano fui convidado para trabalhar como repórter de um projeto do governo federal que seria transmitido e produzido pela TV Manchete no Rio de Janeiro, aceitei e fiquei trabalhando na "Cidade Maravilhosa" até junho de 1987.
    Ainda neste ano de 1987 eu noivei com Tânia Mara De Bettio, passei a trabalhar junto à empresa do meu pai, ingressei no curso de Direito da Unisinos e, esporadicamente, colaborava com textos para jornais de Gravataí.
    De lá para cá, ou seja, desde 1987 venho exercendo as mesmas atividades com o propósito de criar uma estrutura financeira que me permita concluir o curso de Direito, casar-me e ter filhos, dois no máximo" (Marcelo Zirbes Tôrres)

    Emocionei-me ao ler esta carta. Meu pai, infelizmente, não pôde viver muitas coisas na qual planejava após o casamento, entretanto foi muito feliz, isso eu tenho certeza.  49 anos repletos de sucesso, felicidade e amor. Talvez a única coisa que lhe tenha faltado foi saúde para mais anos de vida... Nós podemos apenas guardar suas realizações, deixando viva na memória de todos e mantendo a saudade.
obs: no final das contas, Marcelo teve três filhas.








sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Inacabado

Embaixo do chuveiro penso em tudo
Até nas coisas que desconheço
E naquelas que sinto saudade.

Elaboro versos que viram canções
Eu vou cantarolando-as
E a água escorre do corpo até o ralo

Basta virar a torneira
Basta abrir a porta
E meus versos tornam-se apenas avulsos.

Esqueço de tudo
Até meu pensamento vira passageiro
Quem dera que a saudade fosse junto

Escreverei versos inacabados
Avulsos enquanto espero-te
Embora ainda não saiba quem sejas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Porque ele é

Não tenho caixinha de música
Mas eu tenho um violão
Posso não tocar direito
Mas eu sei o que quero ouvir
Porque o amor é barulho
O amor é erupção

Vou escrever um Vinícius na parede
Lá se vai uma xícara de café
Ou duas, ou mais
Vou escrever versos para ti
Porque o amor é doce
O amor é sutil

Tudo o que me dizem são chiados
Eu só consigo te ouvir
Uma overdose de café
Talvez outra de ti
Porque o amor é excesso
O amor pode ser aqui.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Sem dúvidas eu quero Amar

Já fui mais romântica...
já escrevi mais poesia
já fiz do amor utopia e ilusão
nas mágoas eu já quase me afundei
no romance eu já me perdi

Por alguns instantes,
muitas vezes,
eu não quis mais amar
pensei em desistir
pra quê?
se gosto de transformar objeto em poesia

Eu quero amar
quero ter o que guardar
lamúrias fazem parte
eu compreendo e aceito
afinal tudo pode tornar-se belo

Já fui mais romântica....
não preciso ser mais
só preciso de amor
não sei de quem ou do quê
eu preciso de amor.


And see the world hanging upside down.

sábado, 6 de outubro de 2012

ponto ausente

e o amor volta de onde viera
não deixa rastros
apenas lastros de saudade
na qual prefiro não recordar
é nas origens onde me encontro outra vez
quem sabe melhor preparada
não vai ser agora
mas quem sabe depois
outrora eu acerto
talvez errar menos
escrevo singelas palavras
combinadas sem vírgulas
sem alternância na letra
encerrada sem pontos
pois hoje nada se encerra
apenas continua
e em breve escreverei mais

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mês passado

Acho que gosto de uma contradição
De uma antítese
De um paradoxo

Gosto de ti e ao mesmo tempo te odeio
Ora idealizo dias que nunca virão
Ora jogo água nos sonhos

Quero um dia de sol
Mas quero que chova
Quero que as flores sejam regadas

Eu sou paciente
Mas estou impaciente
Ainda estou esperando não esperar

Desliguei meu relógio
Queimei o calendário
Que venha o que tiver que vir

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